Indescritivel..

Esse fim de semana ao abrir as páginas do Jornal O Progresso, como sempre faço, me deparei com um dos escritos de um jovem, que impulsionado pela dor que sentira após perder o proprio pai, transcreve parte do que agora lhe era ausente..

Eu, um tanto quanto emocionada - afinal de contas, conhecia aquele homem de garra, de força e perseverança, do qual relatara aquele garoto - num impulso automatico, lembrei-me de meu velho pai e naquele momento, como também escrevera o filho, me sumiam as palavras..

Meu pai é e sempre foi um homem batalhador, lutador e ousado.. Sempre moveu além do que se denominara impossivel, para que não os seus, mas os meus sonhos fossem um dia tornados reais. O meu velho pai, abandonou uma vida de conforto (ainda que minimo), para que o meu futuro fosse milhas distantes de sua trajetoria, que percorreu todo o alfabeto de profissões, para que jamais deixasse de ser o homem digno que é..

Digno, probo e justo.. Com um coração inigualavel, tanto é verdade que deixou a paz e amor à quem tirou ainda que somente por culpa a vida de seu filho neo nato.. Este mesmo que com inesgotavel vigor e garra, que sem pensar nas consequencias, vem nos ensinando a perdoar, a amar, como se verdadeiramente não pudessemos esperar pelo amanhã..

Foi pelo seu ato de compaixão, Pai, que durante estes cinco anos eu tive força e coragem para vencer, durante estes cinco anos, Pai, eu tive um objetivo, eu aglomerava diuturnamente conhecimento, vigor - herança sua -, força, perseverança e confiança em Deus, para que todas aquelas palavras que um dia feriram à mim, enquanto proferidas contra o meu espelho, por alguém que deveria não mais que amor, um dia pudessem ser novamente ouvidas e ali sim, tomarem o rumo justo...

Mas não somos nós quem escolhemos nossas dores, nossas vitórias, nossos fracassos, nem tampouco nossos trajetos, mas um dia todos saberão que se caminhei com passos mais largos, foi fixando-me num alvo, que hoje segue outros passos, porque Deus tem melhor justiça que a nossa..

Mas enquanto fixava durante aqueles cinco anos, um objetivo, até dia 01.11 atingivel, Deus me mostrou que sempre viverei a vontade dEle e não a minha.. Isso me remete ao caso primeiro, do jovem que se auto denominou sonhador, um apaixonado pelo Pai, este sim, merecia alguns dias à mais ao lado de seu exemplo, de seu consolador, de seu Paizinho, tão estimado, Pai.. Mas, quem somos nós pra entender ? Quem somos nós para ainda estarmos vivos?

A vida não segue uma regra, não se alarga aos merecedores, nem tampouco se finda aos desmerecidos de sua extensão. A vida é assim como a morte um misterio, indubitavel misterio. E enquanto nos preocupamos com tudo quanto esta ou aquela se faz representar, a primeira passa para a ultima se aproximar..